APIAM
13
Newsletter
Outubro 2014
 

5º CONGRESSO DA FIPA

“COMPETITIVIDADE E CRESCIMENTO”

 


Realizou-se no dia 28 de Outubro, no Convento do Beato, em Lisboa,  o 5º Congresso da Indústria Portuguesa Agro-alimentar, este ano dedicado à “Competitividade e Crescimento”.

O tema surge numa altura de grandes desafios para o sector, sendo um dos objectivos da iniciativa ressaltar a importância e valorizar a indústria alimentar e das bebidas como um dos principais pilares da recuperação económica do país. O Congresso contou com a participação de empresários, gestores de topo e quadros desta indústria, que partilharam a sua visão estratégica perante os vários desafios que se colocam às empresas numa conjuntura de mudança.
 
Na sessão de abertura, intervieram o Secretário de Estado da Agricultura, Diogo Albuquerque (em representação da Ministra da Agricultura e do Mar), António Saraiva, Presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e o Presidente da FIPA, Jorge Tomaz Henriques. A encerrar o Congresso, interveio o Secretário de Estado Adjunto e da Economia, Leonardo Mathias.
 
Nos painéis de debate, moderados pelo Jornalista Nicolau Santos, foram abordados os principais desafios que se colocam à economia nacional, aos consumidores e ao panorama da sustentabilidade. Foram também debatidos os principais factores de mudança e os constrangimentos que o sector necessita de ver ultrapassados. Foi significativa a participação do sector das Bebidas, com destaque para as intervenções de Nuno Pinto de Magalhães, da Sociedade Central de Cervejas (Presidente da APIAM, em representação da Sociedade Água do Luso), de João Abecassis, CEO da Unicer Bebidas, de Miguel Garcia, Director de Planeamento Estratégico da Sumol Compal e de António Casanova, CEO da Unilever Jerónimo Martins.
 
 
INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DA FIPA (Jorge Tomaz Henriques)
 
Na intervenção de abertura, o Presidente da FIPA destacou que, apesar das dificuldades, «o sector tem-se recusado a baixar os braços. Houve empresas que arriscaram e investiram, tentaram melhorar a qualificação dos seus recursos humanos como forma de adaptar os postos de trabalho e reter competências, mas acima de tudo, muitas perceberam que o mercado é global e que teriam que olhar para o exterior como forma, diria mesmo a única forma, de crescer!»
 
Referiu pretender sublinhar «… uma perspectiva optimista, pois Portugal tem dado demasiada atenção aos profetas da desgraça».
 
No entanto, não deixou de lançar «alguns avisos à navegação»:
 
« …
- Continuamos a viver um ambiente de escassez de financiamento aos projectos de investimento. Este é um problema que continua à espera de resolução e que está a amputar a dinâmica de crescimento;
 
- Vivemos na iminência de um período prolongado de inflação substancialmente abaixo da meta ou de deflação e, embora o BCE tenha recentemente afastado este último cenário, receamos que se esteja a entrar numa espiral de decréscimo generalizado dos preços de bens e serviços que, ao contrário do que pode parecer numa primeira análise, terá um efeito negativo na economia e irá ameaçar a retoma e o ajustamento em curso, facto que teria um impacto ampliado em Portugal;
 
 - Assistimos a uma permanente ameaça velada de mais e mais impostos, que nascem sob o auspício do seu impacto na saúde ou no ambiente mas que visam apenas o engordar da receita fiscal. Mais do que a carga fiscal, já por si estranguladora das empresas e cidadãos, teme-se esta permanente incerteza que afasta grande parte do potencial investimento;
 
- A elevada taxa de IVA em várias categorias de produtos alimentares, com enorme diferencial face à vizinha Espanha, bem como a taxa de 23% aplicada ao sector da restauração, retira competitividade às nossas empresa e, infelizmente, veio confirmar o cenário de retracção do consumo que a FIPA, por antecipação, traçou ao Governo …»

A concluir e olhando para o futuro com confiança o Presidente da FIPA, sublinhou:
 
« …
- Acreditamos que podemos evoluir no sentido do reforço da cadeia de valor. Torna-se hoje imperativo continuar um trabalho já iniciado de aproximação e diálogo entre os vários elos. Com a recente adequação do quadro legal das práticas individuais restritivas do comércio às novas realidades, cumpre-nos continuar o trabalho conjunto iniciado com os nossos parceiros. É com particular agrado que anuncio que a FIPA está a contribuir activamente, no seio da CIP, para que seja alcançado, a nível nacional, um código de boas-práticas eficaz, consistente e que possa ser subscrito por todas as partes interessadas;
 
- Acreditamos na internacionalização do sector e estamos a trabalhar nesse sentido. Recordo que a FIPA apresentou ao Ministério da Agricultura e do Mar uma visão que espelha a realidade das empresas e as sinergias público-privada que têm de ser ciadas para que Portugal se afirme cada vez mais no mercado global da alimentação e bebidas. Temos tido um papel activo e estamos empenhados na concertação de esforços. É necessário trabalhar no sentido da valorização dos produtos produzidos em Portugal e das marcas nacionais com real capacidade exportadora, porque sem marcas fortes Portugal não conseguirá atingir as metas a que se propõe.
 
- Acreditamos no potencial de inovação das empresas do sector. Temos trabalhado com o Governo para o estabelecimento de uma estratégia consistente e estamos empenhados em contribuir para a consolidação de um cluster económico devidamente abrangente e de dimensão nacional, no âmbito do novo processo de reconhecimento. Este é um desafio que não pode deixar de contar com a FIPA.»
 
A versão integral da intervenção do Presidente da FIPA pode ser visualizada AQUI


O NOVO CICLO DE COMPETITIVIDADE E CRESCIMENTO (António Lobo Xavier)

Na intervenção do Key Note Speaker, António Lobo Xavier, abordou O NOVO CICLO DE COMPETITIVIDADE E CRESCIMENTO da economia portuguesa, o período de ajustamento económico e financeiro e as consequências e expectativas que dele resultam.
 
Abordou também a retoma (contida) após período de forte ajustamento económico e financeiro, tendo sublinhado:
 
- HOJE, Portugal está a afirmar-se como uma economia exportadora, com as exportações a chegarem a um total de 41% do PIB (2 T 2013) e a apresentarem o maior crescimento na União Europeia (15), no período entre 2011 e 2013.
 
- HOJE, Portugal está a transformar-se numa economia com mais inovação, com um ambiente atractivo no que diz respeito a parceiro de destino neste segmento:
. Portugal tem características diferenciadoras que evidenciam um enorme potencial na capacidade de actuar como plataforma industrial e tecnológica
. É um dos países europeus que mais investiu no seu sistema nacional de inovação (seja em infra-estrutura, seja em capital humano);
. Tem condições únicas para actuar como plataforma de I&D, de teste e validação de produtos e serviços com objectivo comercial;
. Uma enorme capacidade logística e económica e facilmente conectável com os grandes parceiros europeus, da América Latina e Africa (250M de falantes em português em todo o mundo).
 
- HOJE, Portugal está a transformar-se numa economia mais empreendedora com 34.000 novas empresas criadas, entre Maio de 2013 e Abril de 2014 (50% de emprego jovem).
 
Porém sublinhou que a transformação estrutural é um processo contínuo, havendo ainda barreiras para derrubar, em particular ao nível: do acesso ao crédito; da burocracia; do sistema fiscal.
 
Não obstante referiu que as empresas já instaladas em Portugal mostram-se satisfeitas pela capacidade de Portugal atrair bons investimentos destacando que há uma estratégia para o país que estabelece objectivos claros, ambiciosos e mensuráveis alinhados na estratégia Europa 2020. Referiu:
- Aumentar o potencial de crescimento do PIB (2,2% em 2020);
- Aumentar as exportações (52% do PIB em 2020, hoje 41 %);
- Reforçar o peso da indústria na economia (18% do VAB, hoje inferior a 15 %);
- Melhorar o contexto dos investimentos (TOP 5, no ranking do Banco Mundial, hoje no TOP 10);
- Aumento do nível de emprego (75% em 2020, hoje 66%);
- Reforço do Investimento em I&D (2,7% em 2020, hoje 2%).
 
Assinalou, também, algumas das reformas estruturais encetadas, designadamente:
- Reforma da legislação laboral
- Reprogramação do direccionamento dos fundos estruturais para a produção de bens e serviços transaccionáveis
- O Plano Estratégico de Transportes
- O Plano Estratégico para o Empreendedorismo e Inovação
- O Plano Estratégico Nacional de Turismo
- Legislação reguladora de prazos de pagamento e de combate às práticas restritivas do comércio
- Nova Lei da Arbitragem; Novo Código de Processo Civil; Nova Lei das Insolvências
- Medidas Activas de emprego
 
Abordou ainda a reforma do código do IRC focando as oportunidades que a mesma pode representar para as empresas, em termos de investimento, promoção do emprego e competitividade.
 
Por fim referiu-se ao contexto político e económico internacional e ao contexto político nacional sublinhando a importância de estabilidade e previsibilidade na política macroeconómica, nas políticas económicas sectoriais e nas políticas fiscais que devem excluir opções de fiscalidade criativa.
 

"AMBIÇÃO 2020 - NA ROTA DO CRESCIMENTO" (Nuno Netto, Partner da Deloitte)

No congresso da Federação da Indústria Portuguesa Agro-alimentar, Nuno Netto, Partner da Deloitte, apresentou um trabalho desenvolvido numa parceria entre a FIPA e a Deloitte com vista a estabelecer as expectativas dos empresários sobre o potencial de evolução do sector até 2020
 
O estudo apresentado pela Deloitte mostra que a indústria alimentar e das bebidas assume hoje o incontornável estatuto de maior sector industrial do país. O seu Volume de Negócios atinge os 14 600 Milhões de euros e os postos de trabalho directos ascendem a 104 000. O nível de exportações têm crescido de forma sustentável esperando atingir no final deste ano um novo valor record, ultrapassando os 4.250 Milhões de euros registado no final de 2013.

Para mais informação sobre o estudo da Deloitte ver nesta Newsletter “A importância da Indústria Agro-Alimentar para o crescimento da economia - Estudo da Deloitte no 5º congresso da FIPA".


Águas Minerais e de Nascente de Portugal
Av. Miguel Bombarda, nº 110, 2º Dto, 1050-167 Lisboa · Tel: +351 217940574 / 75 · Fax: +351 217938233 · Email: geral@apiam.pt